Percebemos
que atualmente a juventude vem se tornando um fenômeno cultural e
social aparecendo de uma forma preocupante, é necessário compreender
que a juventude corre riscos. As instituições responsáveis pela
formação dos jovens que são a família, a igreja e a escola, estão em
crise. A violência parece ser hoje uma maneira em que os jovens
procuram para resolver os seus conflitos, isso se torna cada vez mais
comum, vemos isso sendo mostrado o tempo inteiro pelos meios de
comunicação como a TV, nos filmes e novelas de forma fictícia e nos
jornais de forma real. A conscientização dos jovens para esses problemas
é essencial, pois são eles os mais prejudicados e é parte deles também
a tarefa de buscar soluções para essas questões, pois assim como eles
sofrem hoje pela crise dessas instituições, amanhã eles serão essas
instituições. Portanto, a questão é: qual o papel da juventude dentro da
sociedade?
Realizamos
um projeto em nossa escola com os alunos do primeiro ano do ensino
médio com faixa etária entre 13 e 15 anos e constatamos que há um
caminho para as soluções dos problemas que interferem principalmente
nas escolhas dos jovens e na construção da sua própria identidade.
Abordamos temas como sexo, gravidez na adolescência, drogas e
tatuagens, religião, família, vida escolar e profissional. Esses são
termos conhecidos e vividos por eles diariamente, então a idéia foi
iniciar propondo uma reflexão para cada um sobre tudo aquilo que eles já
realizaram em suas vidas, o que fazem de bom, de útil ou de supérfluo.
Essa idéia é fazer com que cada um perceba seu papel dentro da
sociedade, sua parcela de contribuição para a resolução de problemas bem
como sua parcela de culpa na evolução desses mesmos. O resultado foi
surpreendente. Incrível como a capacidade de percepção de cada um deles
em relação a esses fatos são dada de forma clara e objetiva e conseguem
visualizar um conjunto de possibilidades realmente capazes de
transformar o mundo.
O
trabalho não é fácil, ainda encontramos muitas resistências por parte
dos adolescentes e dos jovens, principalmente no que se refere à
personalidade e identidade própria. Existe um fator muito forte nesse
aspecto que é a influência que os meios de comunicação como a TV exerce
sobre o tipo de comportamento jovem, onde se mostra um mundo que é o
sonho dos jovens, mas que está longe do alcance da maioria.
Outro
aspecto se refere a influencia dos colegas, daqueles que exercem
certas influências nas idéias dos outros, através da persuasão, da
manipulação ou ameaça de exclusão em determinados grupos. Na escola
essa pratica é muito comum, a adesão do comportamento individual ao
coletivo, onde o que importa é o que a maioria pensa e não apenas uma
idéia isolada, mesmo que essa idéia seja a mais favorável para os fins
objetivados. Com base nos relatos levantados pelos alunos é possível
perceber uma perca de identidade ou falta de personalidade própria dos
jovens em dois âmbitos. Primeiro em relação àqueles que deixam de viver
suas próprias escolhas pelas escolhas alheias, e segundo pelo próprio
influenciador ou o grupo que não consegue respeitar as idéias
contrárias e nem conviver com a diferença. Firmar a própria identidade,
fortalecer a personalidade está em fazer não apenas as próprias
escolhas e pensar por si próprio, mas sim, também, respeitar a opinião
do outro e aceitar a diferença. A partir de algumas questões levantadas
sobre "o que é a juventude", "quais suas características?" "Quais os
direitos e deveres da juventude e o que a ela tem feito ou deveria para
melhorar a sociedade?" – ficou claro que fazendo com que o jovem
perceba realmente qual é o seu papel dentro do mundo ela irá então
estabelecer o seu parâmetro dentro da sociedade sem ser influenciado de
maneira arbitraria. Abordamos aspectos sobre mudanças, as quais o
jovem passa nas diferentes fases da vida determinadas por fatores
naturais e sociais. Evidenciamos como ponto principal a sexualidade, a
qual está relacionada ao modo como as pessoas vivem seus desejos e
prazeres, em seus contextos sociais e culturais. Deste modo, a escolha
se baseia nas formas culturais e sociais que vivemos e através dela
constituímos nossas identidades.
Com
base no desenvolvimento do trabalho e principalmente através dos
relatos dos alunos concluímos que a identidade sexual é construída nas
atitudes de convívio diário que permite o desenvolvimento afetivo e das
relações humanas, através da amizade, das atitudes e dos sentimentos,
sem as relações sexuais necessariamente. Em muitos casos a vulgarização
das relações entre homens e mulheres está sendo apresentada de forma
que conduz os jovens a atitudes irresponsáveis em relação à sua vida e à
sua sexualidade. As conseqüências dessas atitudes impensáveis é a
gravidez na adolescência que é uma das indicações principais de que há
uma péssima qualidade nas informações transmitidas sobre o assunto.
Essa característica é provocada pela vulnerabilidade dos adolescentes
causada pela perda de identidade própria.
Entendemos
que a adolescência é uma fase cheia de conflitos devido às
transformações do corpo e psicológicas vividas. A partir de então
nascem às curiosidades, os questionamentos, à vontade de conhecer, de
experimentar o novo mesmo sabendo dos riscos, e um sentimento de ser
capaz de tomar as suas próprias decisões que nesses casos são devidos
apenas às influencias alheias. A religião e a família são instituições
que ao mesmo tempo influencia e são influenciadas por aqueles que fazem
parte delas. Desde o nascimento, o crescimento e as relações que um
indivíduo estabelece com as pessoas existe sempre uma interferência,
mesmo que pequena, da família e da religião. É como se houvesse uma
interdependência que se estende ao convívio social.
É
durante a vida escolar, principalmente no ensino médio, que os alunos
têm um único objetivo: a escolha de uma profissão. Alguns crescem
sabendo no que irão trabalhar, mas muitos, em razão da pouca idade e
experiência de vida, não conseguem definir o caminho a seguir.A Construção
da Identidade do Jovem está em se plantar sementes em um solo fértil
para que se tenha uma boa colheita. É preciso então parar e pensar no
que se tem feito para ser melhor, para ser diferente e, para que isso
aconteça acreditamos que o caminho está no desenvolvimento do jovem e
na sua preparação e compromisso com a qualidade. Então, é preciso
jovens com um perfil diferente, que não se conforme com aquilo que é
mal feito, que não se intimidem perante os problemas e crises, que se
utilize de criatividade, de humildade e não se deixe enganar pelas
falsas promessas de vida.
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